Pular para o conteúdo principal

Os canibais em; A cidade mal assombrada (contos)

Jameson Brandão

Tudo começou há muitos anos atrás, uma pequena vila começou a ser construída em cima de um cemitério.   Antes chamada de vila do orobó, hoje Itaberaba, lá na vila havia poucos moradores e como era longe de uma capital e de uma cidade grande os moradores viviam a temer, pois antes vila do orobó era assustada por algo que ninguém conseguia explicar o que seria.
Um morador cansado de viver em casa trancado de dia a noite resolveu uma atitude tomar, esperou essa tal coisa aparecer, mas quanto mais ele esperava mais ansioso ficava.
Próximo da vila havia uma tribo de índios chamados tupi guarani, esses índios tinham rituais de sacrifícios, toda noite perto da vila dava para se ouvir gritos de pessoas, agonizavam e gritavam por socorro.
Quanto mais gritavam, mais eram torturados em seus rituais e cada vez mais a vila se amedrontava de medo e horror, todos da vila queriam se mudar, mas para onde ir se essas coisas os perseguiam?
O morador quando viu os gritos saiu correndo, pois tinha muito medo de ser a próxima vítimas dos canibais.
Mas o que eles não sabiam é que os mortos pelos canibais foram enterrados debaixo da vila e continuava assim toda a noite.
Eles tinham medo de que essa coisa os poderiam machucar e os levar para o mundo do além, mas a cada luar o que eles mais temiam mesmo sem saber o que é que  passava pela vila, todos se reuniram e ficaram esperando essa tal criatura, as horas passam, eles escutam gritos, mas nem assim eles saem da espera, mesmo tremendo de medo, e logo atrás de um matagal logo quando escurecia a cidade, lá, em suas frente, eles chegavam, e chegavam, e cada vez mais perto, e chegava, de repente escuta-se um grito, e mais um grito e todos com medo, apavorados, e mais um grito e silencia-se, quando eles menos esperam, chega, e veio em suas direções, todos gritam e correm,
- Mas o que foi? Perguntam um dos índios.
Só estou passando com mais um cadáver, como passei por vários anos!
Mas só que esse índio estava com o corpo coberto de sangue, e aí todos desmaiam, eles aproveitam e os levam para a tribo, lá começa mais uma seção de rituais.
La perto da pedra, os índios matavam e para não esquecerem o que mataram, nas paredes pintavam e riscavam para marcar a quantidade de vítimas que lá morreram.
Logo depois os índios invadiram a cidade e pra aldeia levaram todos, menos duas crianças que conseguiram escapar com ajuda de seus pais, foram buscar ajuda, mas onde?  Se não tinha nenhum local próximo para pedir ajuda e socorro! Pra vila não podiam voltar, pois poderiam morrer como parte da população. A vila se tornou fantasma, pois ninguém vivo morava nela, as crianças que escaparam, um menino de dez anos, e sua irmã mais nova de quatro.
Trinta anos mais tarde volta as crianças que escaparam, elas nunca esqueceram seus pais e nunca tinham perdido as esperanças de encontrá-los vivos, mesmo sabendo que os índios eram canibais.
Nos trinta anos que tiveram fora, a vila se tornou um verdadeiro campo de sangue, e também de trabalho escravo.
Eles quando se depararam com aquela cena, em seus corações lhe vieram a esperança de ver seus pais vivos outra vez.
Eles discretamente invadiram a prisão e quando menos esperam, e quando olham que veem vários corpos, entram em desespero e começam a procurar seus pais, mesmo com risco de serem pegos pelos canibais.
O menino que fugiu se chama Pedro e a menina Bianca, então, resolvem se separar.
- Bianca vá pela direita e com cuidado. Diz Pedro.
-Tome cuidado você também irmão. Diz Bianca
Logo alguém consegue ver Bianca, e a aldeia toda é alertada e vão à busca dela.
Quando se dar por conta, estava cercada por todos os lados, então em tentativas de alertar seu irmão ela grita
- Peeeeedrooooo... tome cuidado!
Bianca corre para uma abertura na parede por onde os cadáveres eram jogados, então os índios saem em sua procura, ela se esconde em uma casa, a única que tinha sobrado, coincidência ou não, era a casa onde ela morou.
Entram dois índios na casa onde ela se escondera a sua procura, então ela entra em baixo de um sofá velho e lá fica por alguns instantes.
Os índios quando dentro da casa estavam conversavam,
- Não podemos deixa-la chegar à pedra sagrada.
-Por que não? Pergunta o outro índio,
-Você está louco? Responde o primeiro.
- Se ela destruir a pedra sagrada podemos morrer e entrar em extinção pro resto de nossas vidas, as almas que naqueles locais foram mortos podem voltar pra nos matar, por que sem a proteção da pedra não somos nada, mas agora vamos procurar ela em outro lugar.
Sabendo disso ela corre a procura de seu irmão para lhe contar como destruir de uma vez por todas os canibais, pois ela queria vingança, por eles o terem separados de seus pais.
Pedro a procura de seus pais avista uma pedra, mesmo sem saber o que era ele vai a sua direção, vendo que algo estava se aproximando corre e se esconde para não ser pego, quando resolve sair que vira a equina de uma oca, dá de cara com índios que logo correm para pega-lo, os índios notam que não são escravos por causa das roupas, eles usam tangas, os escravizados usavam trapos velhos, diferentemente deles que usavam roupas novas.
Ele corre, e quando passa em frente de uma casa, sua irmã lá escondida lhe puxa para dentro, enquanto os índios passam sem ver os dois.
Eles, voltando para destruir a pedra encontram dois velhinhos, quando eles olham com calma lhe vem naqueles senhores a imagem de seus pais, eles correm em seu encontro e abraçam, mas depois de tanto tempo eles já não enxergavam com precisão mais nada e como coração de mãe não falha, não precisava enxergar, compartilhou o abraço.
- Filhos o que fazem aqui? Diz sua mãe.
- Viemos lhe buscar! Disse Pedro.
- Sabia que iria voltar a sentir em meu coração. Diz sua mãe. 
- Que bom que voltaram filhos para nos resgatar, mas é perigoso, eles podem tentar fazer com vocês o que fizeram com a gente! Diz o pai.
Todos se abraçaram e foram em busca da pedra sagrada para que fosse destruída, e libertasse todos os habitantes orobonenses, e para que pudessem ter a liberdade e a paz de novo, que um dia lhe foi roubado. Quando em busca da pedra vão, as passagens para a pedra estão todas bloqueadas, e então que Pedro tem uma ideia:
- Vamos nos vestir iguais a eles e assim vamos conseguir chegar na pedra.
Então com medo de que algo desse errado Pedro deixou seus pais em um lugar que dificilmente eles os procurariam ali.
Esse local era a cobertura de uma oca.
Eles mesmos com boa intenção não se deram conta que seus pais tinham medo de altura, assim os deixando a boca da morte.
Então, lá foram eles e deixando seus pais e ia em busca da pedra sagrada dos canibais,
Eles dois esperaram dois canibais passarem por eles.
Quando finalmente dois canibais foram em sua direção eles os pegaram e com um pedaço de madeira bateram neles e assim derrubando os dois.
Eles vestidos iguais aos canibais na direção da pedra foram. Eles conseguiram passar por toda a segurança canibal, lá os dois olharam aquela pedra e procuraram um modo de destruir ela, quando viram que vinha mais índios fingiram estar fazendo a segurança da pedra.
Logo depois que eles passaram, eles novamente pensavam como iria destruir a pedra. Enquanto procurava meios de destruía à rocha, seus pais que estavam em cima de uma oca se sentiram mal por causa da altura e então caíram.
Depois da queda nem um dos dois sobreviveram e vieram a falecer.
Quando caíram os índios foram ver esse tal barulho com fé que fosse os irmãos, quando viram que não eram uma parte voltou para seus postos, e a outra ficou para preparar o almoço, esse almoço era os pais de Bianca e Pedro.
Enquanto o almoço dos canibais era preparado, Bianca e Pedro resolveram então tomar uma atitude, derrubaram a pedra e ela se quebrou em três pedaços.
Mas no momento que foi quebrada os irmãos não viram nenhuma diferença.
- Pedro, não aconteceu nada!! Disse Bianca.
- Não sei o que ouve, mas sei que não funcionou. Disse Pedro.
 Então quando menos esperam surge uma bomba de fumaça que cobriu toda a cidade, em toda a fumaça que tinha, ouvem – se gritos e gemidos, via-se luzes bem fortes que não dava para identificar o que era, essa nuvem de fumaça dura pouco tempo, mas quando se percebe o que aconteceu, se deparam com os canibais mortos no chão, toda a espécies dos índios naquele momento tinham sido destruídas. Os irmãos comemoraram e então procuram seus pais no alto da oca, e então de lá gritam
- Fujam meu povo estão livres, vão e sejam felizes.
Quando os povos da cidade correm para fora da prisão, onde foram escravizados por algumas décadas, no centro da aldeia tinha um caldeirão, os pessoais do jeito que passaram tão de pressa derrubam um recipiente e mesmo sem água e sem fogo, eles se depararam com a pior imagem da vida de uma pessoa, veem seus pais mortos. Nesse momento nada mais importa para eles e então eles pedem, imploram, para que Deus devolva as almas de seus pais, eles choram.
De repente acontece o impossível, Deus revela a eles seus pais. E eles dizem.
- Sejam felizes meus amores, pois essa é a hora da gente descansar, esqueçam tudo e sejam muito e muito felizes, pois sempre estarei com você, adeus amores esperamos vocês no céu. Dizem seus pais.
Quando escutam isso não se conformam e então ocorre o inesperado, eles; Bianca e Pedro, então enfiam uma lança no peito e se matam, e assim foram atrás do que mais desejaram na vida, ter um colo de mãe e de pai.
A população de vila do orobó se reergueu, deixaram o passado e a curiosidade de lado e foram buscar a vida, a que muito tempo não saberiam dizer o que seria, construíram ali mesmo a nova cidade e por cima outra vez de um cemitério, mas só que agora por cima dos canibais. Mas agora o que será dela outra vez? Será que eles serão de novo atormentados?
Será que tudo volta? Será que ressurgirão das cinzas e do nevoeiro? 
Por isso quando passar por hoje conhecida como Itaberaba tome cuidado, pois vai que os canibais voltam pra pegar você, olhe bem as ruas, olhe bem o horizonte, por que a gente nunca sabe quando eles vão atacar outra vez.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dia de São Berto Lameu (conto)

Jameson Brandão Era um dia santo, e tudo começara em uma sexta feira. O vento e o barulho da floresta se manifestavam e se mostrara vivos, mas o dia era santo, a noite também. Ao cair da tarde, o crepúsculo manifestara-se de forma abstrata, o vento não era o mesmo, a floresta também mudara. Um senhor muito supersticioso que tinha por volta de seus setenta anos, na roça se encontrara, se quer lembrara-se desse dia, mas não estava sozinho, fora com seu companheiro Boca-Preta, o amigo cão inseparável de suas viagens. Ele dentro do barraco tomara seu café e se preparara para repousar, o dia no campo é difícil, o trabalho é pesado e o sol é quem mais castiga o trabalhador. Foi quando do lado de fora da casa um trovejo se formara, o cachorro tinha acuado um saruê. O animal encontrara-se em cima de um pequeno mamoeiro de nada mais além do que um metro, quando escutara o trovejo saíra armado com um facão, fora em direção e vira o animal, tentara o acertar, espanara com o fa

Itaberaba em poesia

Jameson Brandão Sou uma pequena menina Nascida, criada pelo Paraguaçu, Os braços da chapada me abraçaram Como me abraça tu. Vou te falar como tudo começou Desde a vinda do tal conquistador Até a igreja de Nosso Sinhô. Diziam que ninguém estava ali, Mas sabe atrás das grandes rochas? Vivia um povo artista Eram os índios Maracás, Do povo Tapuias. E para surgir a Itaberaba Um dia foi fazenda Lembramo-nos de Cajado, Que fundou a São Simão Na caatinga do nosso sertão. Mas pensa que acabou por ai? Depois foi só crescimento Veio à pequena igrejinha Que podia ser até um convento. Se tudo está crescendo, Lembramo-nos do rosário, Foi construída ao centro forte, Senda ela força e grave Tornou-se uma vila Que de tão bonita, Tornava-se poesia. Mas e dom Vasco Rodrigues? Sabe-se lá para onde ia? Mas deixou conosco pertinho, Os caminhos de tal folia. E o tempo foi acelerando Pessoas por aqui passando, Tudo de ma

Semana de Cultura Itaberabense: Escola Municipal Carlos Spínola da Cunha

"A reciproca foi imensa, obrigado" Somos todos cavaleiros que procuramos a todo o momento estar sempre unido a criatura, somos garças sobre a água, somos todos águas que jamais retornaram a sua devida morada. Durante a Semana de Cultura Itaberabense, fui convidado a estar escrevendo alguns poemas para serem declamados pelos alunos da  Escola Municipal Carlos Spínola da Cunha, no povoado de Guaribas, fiquei muito lisonjeado pelo convite e escrevi alguns poemas exclusivamente para esse evento, convite esse, que só tenho a agradecer a Jamile Oliveira  por ter me proporcionado ter vivido uma reciprocidade imensa naquele lugar. Saio desse lugar esbaldado de bons frutos, pela alegria, carinho e a simplicidade em que me receberam. Agradeço também a toda direção, coordenação, professores, merendeiras... todos, porque é somente quando nos unimos é que somos capazes de surpreender e ser surpreendidos, a filosofia da vida não é única, mas pode ser sintetizada em partes como um